sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O Bebado

Embreagada lucidez
Que por maldita que seja
Segura sóbria
O candelabro de sanidade
Pobre camarada berrava
A cachaça é a desgraça do homem
A mulher é a mortalha da vida
Bebia Bebia
Se ria
Acho que o mundo rodava
Pobre camarada
Ministrava grande dose de alcool
ao coração desgarrado
Desafiava a própria carne
E afogava o fígado
Desentendido amigo
Alucinado poeta
Nos poucos dentes
Se escorava a língua
Que entre uma palavra
E outra tropeçava
No gole de saliva
Que da boca se jogava
Tanto sacrifício
Por um trago de amor
Que feito colírio
Lavasse o amplo salão
De sua Alma

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