sexta-feira, 13 de março de 2009

Perudá

Através da ventana da janela
Admiro vossa cilhueda maravilhado
No dorso escorre um vestido borboleta
Que ancioso espero seu vôo

Os olhos refletem a luz do sol
Iluminando as ruas esburacadas
Feito a lua brilhando na noite
Um brilho sorridente que só

Os olhos teus possuem
Um jeito quietinho de sorrir pra gente
Que só de ver teu rosto virar-se
Bate uma saudade que mata e morre

A boca carnuda apresenta deliciosas curvas
Curvas que só boca tua tem
Que ao leve tocar se derrama em paixão
Lembrando as odes dignas dos grandes Teatros

No palco que só nos pisamos
A interpretação se fazia ausente
Dando lugar ao fulgor dos corpos
Remoendo-se em volúpias intimas

E ao abrir das cortinas
Tonavamos espectadores de nos mesmos
Embalados pelo tango ressoando em nossas cabeças
E quando então de respiração ofegante sorriamos

Tornavamos parte um do outro
Como se através do envolver-se
Uma transfusão ocorresse
Divindo-nos e multiplicando-nos

O plasma que meu corpo alimenta
Embebesse sua alma liberta
Que flutua sobre meu corpo
Saciando toda sua sede

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