quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Miséria



Veste-me de farrapos
oh solidão tão crua.
Pois minha vida é trapo,
Objeto jogado na rua.

E se me fiz nua,
Foi para que me tenha
Me domine e me torne sua.
No abismo da distância, cunha

A minha imagem desassombrada,
Varada pela escura e densa
Humana insensatez mal trabalhada.
Faz de minha presença intensa

E a vida cada vez mais dura...
Pois são todos delirantes
Famigerando a indiferença...Ura
Apodrecendo a carne dos errantes;

Neste circo de horrores
─ Rolamundo

Um comentário:

ju rigoni disse...

Intenso, real.

Vim lendo desde lá de cima até aqui, e me obrigo a parar, ou do seu blogue não saio mais. rsrs

Uma grande indicação a da Nadine.

Bjs, poeta, e inté!