A Viagem

Meu dia amanheceu nublado,
O sol escondeu-se não sei onde.
Estava acabrunhado e febril,
Mas um sonho ofertou-me sua luz;
Meu dia reluziu, novo brilho no olhar,
E um tenaz desejo de o sonho encontrar!
Tracei a rota, projeto, passos rumo ao etéreo
Caminhei, divaguei por desconhecidos lugares
Cruzei mares, nadei contra a maré,
Subi montanhas, cruzei tríbos,
Levei flexadas, e até tentativa de machadadas...
Mas medo não me tomou por posse, sempre em frente.
Mãos firmes na rédea, pés firmes no estribo!
Cruzei por imigrantes no caminho,
Conheci Lidia, Alice e até um índio de nome esquisito
Nhanruma, ou algo do tipo, Bela Vista.
Até procissão teve no caminho,
Um tal de padre Manoel num sei das quantas,
Orava por um General Albino,
Dono de um Castelo por aqueles lados.
Cheguei ao meu destino,
Um deserto de concreto-aço,
Nunca vi deserto tão cheio,
Era mulher indo, homem vindo
Um tremendo bafafa,
E eu ali tremendo de nervoso,
Será que vou encontrar?
(Seguindo cheiro desconhecido fica difícil).
Mas quem já viu caboclo desistir de missão,
Olhavam-me andar pra lá e pra cá
Sem nada entender, eu entendia e me ria por dentro.
Olhei uma placa indicava Nazaré,
Tive vontade de ir pra lá!
Quem sabe a padroeira não me ajuda,
(Só com benção santa mesmo para conquistar o meu intento).
Não fui, talvez tenha sido esse meu erro.
Estaquei ao lado de uma pilastra,
E suspirei algumas vezes, que ironia!
Ao meu lado uma placa.
Proíbido fumar!ignorei,deixei pra lá.
Terminei o meu pito, e dei mais um giro.
Nada encontrei, a cada vermelho caminhante,
Uma esperança que se ia,
Mas um desejo crescia seguir adiante.
Na catedral em frente, um relógio
Indicava o tempo, 16h.
É bom seguir o itinerário,
Já tinha dado meu horário!
Um compromisso inadiável me aguardava...
Mais um encontro com um sonho adorável.
Peguei a estrada expressa, retomei a minha Pólis querida, America.
É não foi hoje querida, que fiz do sonho realidade.