sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Falência

Se choro o sorriso sincero
E os lábios não sentem calor
Se os olhos não humedecem
Sou inteiramente dor

Se tento quebrar o gelo
Destroço uma janela
Dos caquinhos esparramados
Se faz aquarela

Se canto pra alegrar
Aguda voz ecoa
Martírio silencioso
Do tempo que já passou

Se palavras engulo
Soluço a ti remete
O remédio que me cabe
Quem sabe seja a prece

Se oro o desamor
Suador de emoções
Eu digo ao anjo amigo
Padeça meu dessabor

Se rogo unguento
Recebo sal grosso
De triste padece o corpo
Era uma vez seu moço.

Nenhum comentário: