Quando o poeta se perde nas palvras,
Se faz de palhaço nas doces brincadeiras.
Se de musa fez seu violão,
No pandeiro batuca uma velha canção.
Estufa o peito, faz choro secar,
E os reclusos versos vindouros,
Que amargura de poeta viveu,
Vão chegando e se acomodando.
Peito de poeta e acampamento sem terra;
Cheio de sofrimento, vivo de solidão.
Mais o poeta que não amarga o sabor,
Doce da vida, não sabe poetisar.
Aos que não viram pra saber,
Fiquem contentes com o segredo;
As lágrimas do poeta são os dedos
Correndo por sobre o papel.
E se o papel não pemite a tinta,
O poeta divaga a noite inteira
Olhando a lua, remoendo sentimentos
E vivendo a sua dor, leal companheira.
Que nem mesmo o caloroso lábio de mulher
Pode acalmar essa tempestade que transcorre até os dedos.
Porque poeta beija-flor,
Transpõe o ventre divino e se aquece
Sentindo frio.
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