Amor navalha
Sanguinario, canalha
Amor é pura malandragem
Vem na ponta dos pés
E bate coração
Leva embora consigo
E deixa um imenso vazio
Amor sem razão
Sem nenhum um pingo de compaixão
Rouba-lhê as batidas do peito
Sempre cheio dos seus trejeitos
Sorrisos para cá
Abraços para lá
Ao fim extrema-unção
Amor é falência multipla
Homem de sonho falído
É tão respeitado quanto um leão
Sem dentes e sem unhas
Não caça e não se alimenta
Talvez nem juba fique
Em troca talvez uma jujuba
Amor é a ausência de ar
Presente, constante
Sempre atribulado de emoções
Amor estilhaça as janelas
Sem vidros de nossas vidas
Amor anaquista, tem cheiro de revolução
Amor é ferida gostosa
Afinal, todos somos masoquistas.
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