Navega o veleiro
Passa nevoeiro
De norte a sul
Percorre as veias
As articulações
Passa por tubilhões
Mais vence a falta de ar
Dos novos, velhos pulmões
Transita parasita
Atinge o figado em repulsa
O rim ainda luta
E a bexiga aliva a chuva
Veleiro ouriço
Por onde passa fere
Onde fere, cauterisa
Veleiro em encrusilhada?
Talvez seja piada, mais acontece
Enchente de hemacias
Deixa veleiro nas mão de Deus
E se Deus corre nas veias,
Quem sabe lá proteja
O desbotado coração
A mente já não precisa de proteção
Esta decadente asfixiada de tanto oxigênio
Mais que gênio
Talvez devesse beber detergente
Afim de tentar fazer bolinhas de sabão
Pelo nariz, pela boca, talvez por outros lugares
Derrepente detergente cause gazes
Os sabídos podem responder
Desequilibra, respondo somente a mim
E diga-se de passagem com muita má vontate
Veleiro de bosta naufragou no cerebelo
Liberou um barril de bobagens
Que o idiota teima em achar
É poesia.
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