Caboclo anda de pé na terra,
Pra mode cresce nos zóio
Os fruto da vida seca.
Quando dorme em pé de serra
Caboclo tapa os zóio, sente brisa;
Caboclo sempre frisa:
Os friso do dente faz gente feliz.
Caboclo espalha riso,
Distribui cadinho de candura
de dentes expostos.
Caboclo vive sorto, avoando por aí.
Bebiricando mais um gole de sonho,
Caboclo conclui:
Sermente germina mentalidade da gente.
Um comentário:
Presente...
Fragmento, pois o poema é extenso... Mas fica a lembrança:
O Sabiá e o Gavião
Eu nunca falei à toa.
Sou um cabôco rocêro,
Que sempre das coisa boa
Eu tive um certo tempero.
Não falo mal de ninguém,
Mas vejo que o mundo tem
Gente que não sabe amá,
Não sabe fazê carinho,
Não qué bem a passarinho,
Não gosta dos animá.
Já eu sou bem deferente.
A coisa mió que eu acho
É num dia munto quente
Eu i me sentá debaxo
De um copado juazêro,
Prá escutá prazentêro
Os passarinho cantá,
Pois aquela poesia
Tem a mesma melodia
Dos anjo celestiá.
[...]
Mas, tudo na vida passa.
Amanheceu certo dia
O mundo todo sem graça,
Sem graça e sem poesia.
Quarqué pessoa que visse
E um momento refritisse
Nessa sombra de tristeza,
Dava pra ficá pensando
Que arguém tava malinando
Nas coisa da Natureza.
Na copa dos arvoredo,
Passarinho não cantava.
Naquele dia, bem cedo,
Somente a coã mandava
Sua cantiga medonha.
A menhã tava tristonha
Como casa de viúva,
Sem prazê, sem alegria
E de quando em vez, caía
Um sereninho de chuva.
[...]
Abraços afetuosos!
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