quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Carta não remetida

Tem vezes que o muito que sente
Não cabe no pouco que se escreve,
Ou no nada que se faz,
Por vezes não há vazão melhor, silêncio...silencio...

Quando digo mil palavras,
E lhe faço mil caricias,
Não é mais nem maior
Que verbetes calados a saliva.

E se te beijo com tanto desejo,
É porque te quero quando sinto seu cheiro,
E amor atravessa barreira,

Tem vezes que mete rasteira,
Por outras anda por tubulação,
Ou tubo-conexão.

Amor viajante sem sentido,
Não há muito que possa ser dito,
Quando apita o trem...
Vai adiante, infinito.

Um comentário:

Nadine Granad disse...

Quem não estava inspirado?!rs...

Alguém me disse certa vez: o silêncio, por vezes, é uma resposta...
O expresso sai do AmorStation e ruma sem freios, sem trilhos... sem destino... Qualquer coisa que eu pudesse escrever agora seria menor do que a carta não remetida, mas certamente sentida em cada gesto, em cada 'silenciar'...
Adorei o 'tubo-conexão'...;)
Feliz, muito... de ler o que não foi escrito com tinta... Pedacinho imaterial, abstrato li(n)do!

Abraços!